domingo, 3 de junho de 2007

Capítulo 3 - Não estamos sozinhos!

Samantha abriu os olhos e viu dois homens a observando. Aos poucos foi se lembrando do que havia acontecido e quando se recordou onde estava deu um grito.

- Aaaaaaa!

- O que há com você? - perguntou Davis, assustado.

- O que você acha? - retrucou a moça.

- Como aconteceu, menina? - interrompeu Jacques, antes que Davis tivesse tempo de respondê-la.

- Como aconteceu o quê?

- Como chegou aqui? Onde estava antes?

- Bom, eu havia acabado de chegar de um... ãhnn... bem, um encontro. Tomei um banho, coloquei meu pijama e, quando estava prestes a ir deitar, a luz começou a piscar e, de repente, ela se apagou. Então, quando ela se acendeu, não vinha mais de minha luminária, e sim de um poste de luz em cima de mim! E eu, por sinal, estava sentada no meio de uma rua! - completou sarcasticamente.

- Olhem, eu sei que tudo isso parece muito estranho, mas nós vamos encontrar uma explicação lógica para isso! Três pessoas não podem, do nada, desaparecer de um lugar e aparecer em outro... - disse Davis.

Jacques, que estava ouvindo atentamente a estória de Samantha, concordou com a cabeça e disse baixinho com um ar sombrio:

- Espero que tenha razão ou tudo em que acreditei minha vida toda irá perder seu valor...

Depois disso cada um preferiu guardar seus pensamentos para si mesmo e consentiram em continuar caminhando. Caminharam por alguns minutos ao longo da Rua do Silício e estavam quase voltando ao lugar em que Samantha havia aparecido. Sob indagações da moça do porque voltar àquele ponto, Jacques nada respondeu até chegarem lá.

- Aqui está. - falou o francês - Foi aqui que você se materializou, não?

- Talvez materializar não seja a palavra certa, mas foi aqui sim - disse Samantha.

- Olhem - Davis apontou para uma rua exatamente à esquerda de onde estava - há uma rua ali pela qual podemos prosseguir.

- Sim, meu caro. Foi por isso que vos trouxe aqui. Alguns minutos antes de chegarem, eu estive explorando essa rua. Não há saída a não ser seguir pela Rua do Ítrio á nossa esquerda.

- Ei, como é que você sabe o nome dessas ruas?

- Ora, eu dei o nome a elas! - riu Jacques - Fiz até um pequeno mapa das ruas mais próximas, mas infelizmente o perdi. Garanto-lhe que não têm nada a ver com as da cidade em que morávamos...

- Há quando tempo está aqui?

- Aproximadamente uma hora, minha pequena. Estava caminhando pela rua quando surgi, subitamente, nessa cidade tão estranha.

Viraram, então, na Rua do Ítrio e perceberam de imediato que era quase igual à do Silício, com exceção talvez do fato de haver muitas outras ruas à direita e à esquerda. Havia casas dos dois lados da rua e todas ostentavam uma aparência fria, melancólica e deserta.

Ainda era de manhã, mas não se ouvia barulho algum, nem mesmo de pássaros acordando ou de carros passando. Nada além do som dos passos dos três, que caminhavam cautelosamente pela rua de paralelepípedo.

- Onde estamos indo? - questionou Davis.

- À praça.

- Praça? Essa cidade tem uma praça? - Dessa vez foi a moça quem perguntou. Apesar de estar mais calma, não havia conseguido se recuperar totalmente do susto que levara quando se viu em um cenário tão curioso e, ao mesmo tempo, admirável.

- Obviamente que tem. Uma linda praça se me permite dizer...

- E demora muito para se chegar até lá?

- Não, é logo ali.

Assim que Jacques disse isso, eles começaram a ouvir murmúrios vindo de uma rua a uns dez metros dali. Conforme prosseguiam, os burburinhos começavam a ficar mais distintos e a moça presumiu que havia pessoas conversando logo adiante.

Eles pararam por um instante, assustados com a idéia de companhia, mas Chevalier fez um sinal para que eles prosseguissem e virassem a direita. Assim que o fizeram, Samantha não pôde conter um grito, tamanho foi o susto que levou: a alguns metros deles havia uma grande praça com uma estátua no meio, quase indistinguível por causa das árvores que a ocultavam, e olhando para o monumento havia mais de dez pessoas e todas desviaram seus olhares para o trio quando ouviram a moça.

Olhares de espanto se cruzaram com olhares surpresos e temerosos.

O grupo começou a caminhar em direção aos três. Samantha encarou Jacques e Davis sem saber se fugia ou permanecia onde estava. Ela só tinha certeza de uma coisa: precisavam tomar uma decisão. E bem rápido.

Um comentário:

Unknown disse...

Faala cara!!
sou eu o Core la do plasma-studio lembra (aquele vacilão ex-moderador :P) ?
Aí, c ta de parabéns! Vc escreve mto bem... tem futuro ;D

vlw
abração