- Como não? Tem um homicida louco por aí e... – disse Samantha.
- Ei, calma! – interrompeu Nicholas - Estamos nos precipitando! Talvez esse cara que morreu fosse algum ladrão, um assassino ou... ou... ah, sei lá! O fato é que não tem motivo nenhum para alguém nos matar.
Davis concordou e disse:
- A menos que alguém aqui tenha antecedentes criminais. Alguém aqui já cometeu algum crime que seja digno de pena de morte?
Todos balançaram a cabeça negativamente.
- Então, fiquemos calmos e...
- Mas mesmo assim – interrompeu Edwin – creio que seria melhor se nós fizermos um reconhecimento do território, pelo menos nessa área próxima.
- Concordo. – disse Anthony – é melhor conhecer a cidade caso ela vire um campo de batalha.
Algumas pessoas estremeceram levemente com a idéia.
- Sabe, colegas, não sei se escutaram quando eu lhes disse, mas eu já fiz esse tal reconhecimento – falou Gary, com desdém.
- E então...? – indagou Davis.
- Há algo de diferente para lá?
- Talvez! – respondeu Gary – Sabe, há uma pequena peculiaridade nessa cidade que eu notei... eu poderia até contar qual é, porém não irei estragar a surpresa. Acho melhor que vocês descubram por si mesmos.
Rindo cinicamente, ele, então, virou a esquina e desapareceu.
Anthony teve vontade de sair atrás dele e obrigá-lo falar, mas Davis e Nicholas o contiveram, alegando que não havia como confiar no que Gary dissesse. Imediatamente, as quinze pessoas puseram-se a organizar a pequena expedição que fariam.
Ficou decidido que somente os homens explorariam a cidade, enquanto as mulheres ficariam na praça. Sob muita insistência das damas, eles consentiram também que todos os homens deveriam partir, já que as mulheres ficariam bem sozinhas.
Havia oito homens no grupo. Davis, Anthony, Nicholas, Jacques, Johann, Edwin, Luis Filipe e Ian. Eles se dividiram em quatro duplas e estabeleceram a direção para qual cada uma iria.
O Sol estava a pino, mas ninguém quis esperar mais. Foi decidido que aquela seria a hora ideal para partir. Daqui a quatro horas, todos deveriam estar de volta à praça.
Ficou combinado que cada um levaria um papel e uma caneta, providenciados por Susan, a fim de mapear todas as ruas pelas quais passassem. Assim que tudo fora acertado, eles partiram.
Anthony e Luis Filipe foram incumbidos de rumar para o Norte. Conforme caminhavam pelas ruas - todas de paralelepípedo com um feitio cinzento e desgastado -, observavam as casas ao redor. Não havia prédios naquela cidade; havia, sim, casas maiores, mas prédios não. Parecia uma cidade do século XVIII, nada que se comparasse à cidade em que moravam antes de terem sido levados para lá.
Era difícil saber ao certo o que procurar. Algo incomum, talvez, pensava Luis. Pelo visto aquela viagem seria mais curta do que imaginavam. Ou não.
- Acho melhor virarmos aqui à direita. - sugeriu Anthony.
- Na verdade, eu acho que... que...
- Que, o quê?
Luis Filipe não conseguiu completar a frase. Olhava fixamente para algo no chão à esquerda. Quando Anthony desviou o olhar do papel em que esboçava as ruas por onde passavam e olhou para o que ele apontava, seu coração disparou. Um homem vestindo uma batina, estirado no chão traduzia em imagens o que os dois estavam imaginando: o assassino havia feito sua segunda vítima.
(Continua...)Próximo capítulo: Domingo, 15 de julho
